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Tudo começou com o Padre Luís Braga Rocha. Nascido em Caucaia, Ceará, no dia 06 de junho de 1907, Padre Luís foi nomeado vigário de Quixadá em 22 de Dezembro de 1931, cargo que assumiu em 17 de Janeiro de 1932. Desembarcou na estação ferroviária de Quixadá acompanhado de sua mãe Sofia e de sua irmã Maria de Lourdes. Grandes problemas aguardavam por Padre Luis que apesar de jovem, com apenas 24 anos, enfrentou o flagelo da seca de 1932, a fome voraz do povo e perseguição política na ditadura do governo Vargas em 1937. Sua defesa pelos mais fracos provocou a ira dos que estavam no poder. Apesar das ameaças jamais deixou de exercer normalmente as suas funções de pároco. Andava nas ruas sem segurança e não costumava portar armas.
Padre Luís Braga Rocha
Padre Luis ao cuidar dos problemas de sua paróquia, identificou na vasta área territorial problemas cruciantes na educação e principalmente na saúde. Assim no dia 08 de Dezembro de 1940, sensível ao sofrimento do povo, fundou a Sociedade Quixadaense de Proteção e Assistência a Maternidade e a Infância. Em seguida iniciou uma campanha para construção de um hospital contando com o apoio da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição. Entre estas religiosas estava Irmã Plácida vinda da Alemanha e com ela teve início as doações do exterior.
Ir. Pláscida Wehenpohl
Com o auxílio do Dr. Nelson Sales, (Diretor do serviço de Saúde Pública Estadual em Quixadá) conseguiram angariar recursos necessários para iniciar a construção do hospital. Dr. Raul Barbosa, então deputado federal, conseguiu as primeiras verbas federais para este fim. Padre Luis sempre usava seu prestigio de líder católico em benefícios dos seus paroquianos, promovia campanhas, fazia leilões e envolvia toda a população no projeto da construção.
Dr. Nelson Sales
Foi necessário quase uma década de intensa luta. O escritor João Eudes Costa, em sua obra Retalhos da História de Quixadá, diz que “nenhuma erosão é capaz de destruir a obra do pássaro João de Barro”. Partindo dessa premissa foi construído o Hospital Maternidade Jesus Maria José. No dia 12 de Julho de 1953, foi inaugurado a primeira parte da maternidade: uma sala de parto, um centro cirúrgico, uma enfermaria, berçário e lavanderia.
Dr. Nelson Sales foi o primeiro profissional de saúde a apoiar a idéia de Pe. Luis e abriu caminho para outros dedicados profissionais: Anastácio Eudásio Barroso, José Maranhão Filho, José Everardo Silveira, Rui Maia, Arlindo Simões, José Italo Silveira e Antônio Moreira Magalhães.
Dr. Eudásio Barroso
Em Agosto de 1971 diante de uma grande festa Monsenhor Luis Braga Rocha acolheu o nosso primeiro Bispo D. Joaquim Rufino do Rego que tomou posse da Diocese de Quixadá e juntos deram continuidade ao trabalho antes existente.
D. Joaquim Rufino do Rego
D. Rufino tornou-se Presidente de honra da Soc. Quixadaense de Prot. e Assist. a Mat. e a Infância a partir de 08 de Dezembro de 1973. Até o final do período episcopal de D. Rufino, em 1988, Monsenhor Luis contou com o trabalho imprescindível de diretores que preservaram o caráter filantrópico da instituição e sua filosofia administrativa. Dentre eles destacaram-se Nair Aguiar, Antônia Pinheiro, Pe. José Maria Loiola e Mons. Luis Orlando de Lima. Os médicos Francisco Martins de Mesquita e Benedito Gonçalves de Melo também fizeram parte desta construção com trabalhos voluntários.
Veja ata da Assembléia Geral Ordinária em que D. Rufino tornou-se presidente de honra da Soc. Quixadaense de Prot. e Assist. a Maternidade e a Infância. Página 1 e Página 2
Monsenhor Luis esteve a frente do Hospital desde a inauguração até seus últimos dias de vida. Faleceu em 26 de Dezembro de 1985, porém durante seus trabalhos nunca permitiu que o elevado número de indigentes encontrasse as portas desta instituição fechadas.
Antigo Hospital Maternidade Jesus Maria José
No início da década de 90, o então Bispo Diocesano de Quixadá, Dom Adélio Tomasin, viu-se em um grande desafio. A Agência Nacional da Vigilância Sanitária – ANVISA – visitou as instalações do hospital e determinou que grandes mudanças que deveriam ocorrer: o hospital seria fechado e reformado totalmente ou então construído um novo hospital. Dom Adélio optou pela segunda alternativa.
Atual Hospital Maternidade Jesus Maria José
Nesta mesma época iniciava-se um trabalho promovido pela hoje denominada “Coluna Firme do HMJMJ”. Chegava em missão a Quixadá, a convite de D. Adélio as Irmãs de Misericórdia de Verona, religiosas com uma larga experiência em trabalhos hospitalares que permanecem até hoje conosco.
Dom Adélio Tomazin
Em 1994, o Hospital Maternidade Jesus Maria José recebeu novas instalações das mãos empreendedoras de Dom Adélio Tomasin, que transformou a maternidade num Centro de Saúde modelo, dotando-a de todos os requisitos necessários à prática da medicina moderna e ampliando consideravelmente os serviços destinados a população carente da cidade de Quixadá e municípios circunvizinhos. Junto com a nova direção administrativa de José Nilson Ferreira Gomes muitos serviços foram implantados sempre tentando manter o caráter filantrópico.
José Nilson
Em 1996 aconteceu uma grande conquista, um marco de um novo tempo, que foi o reconhecimento da instituição como Hospital Amigo da Criança.
Em maio de 2003, chegava como missionário da Comunidade Shalom, Rafael Porto Cabral que a princípio tinha como meta somar esforços junto a Administração já estabelecida. Mais tarde seria efetivado como Diretor Administrativo em substituição a José Nilson Ferreira Gomes.
Rafael Porto Cabral
Entre 2003 e 2004, grandes desafios minavam uma trajetória de grandes vitórias. Poucos recursos, verbas insuficientes ameaçavam parar um crescimento que já se tornara habitual no Hospital Maternidade Jesus Maria José. Mas diante da defesa da vida não se pode recuar.
Os anos que se seguiram, 2005 e 2006, o Hospital tornou-se um grande ponto de apoio ao crescimento e desenvolvimento dos primeiros anos da Faculdade Católica Rainha do Sertão. Sua gestão procurou se estruturar com perspectivas de funcionar como campo de estágio aos alunos da faculdade. Novos serviços foram implantados.
Em 2007, fechava-se um ciclo, D. Adélio Tomazin encerra sua trajetória episcopal. É um tempo de grandes anseios e expectativas.
Em 25 de Março de 2007 chega a Quixadá e toma posse o nosso novo Presidente D. Ângelo Pignoli, ordenado Bispo aos 11 de março do mesmo ano em Franca – SP. A Sagrada Ordem do Episcopado foi conferida ao ordenado pelas mãos do Reverendo Dom Lorenzo Baldisseri, Núncio Apostólico no Brasil. Foram co-consagrantes os Bispos Dom Emílio Pignoli da Cidade de Campo Limpo e irmão de Dom Ângelo e Dom Diógenes Silva Matthes, Bispo emérito de Franca. Além destes estavam presentes outros 11 Bispos, dentre os quais Dom Adélio Tomasin, Bispo Emérito de Quixadá.
Como lema para seu episcopado, escolheu uma frase do Evangelho de João, capítulo 8, versículo 32: “a verdade vos libertará”. Tal lema representa para Dom Ângelo a importância de reconhecer em Cristo a verdade que ilumina e liberta a todos quantos dele se aproximam com o coração aberto à Sua Palavra.
D. Ângelo deposita sua larga preocupação de pai e pastor sobre esta Instituição, tão importante para o seu rebanho. Ele expressou algo que todos que passaram ao longo dos 70 anos do Hospital Maternidade Jesus Maria José comprovam a cada dia. Esta é uma casa dirigida especialmente por Deus, e somos testemunha constante desse amor Divino que se manifesta dia após dia.
D. Ângelo Pignoli
Ao D. Ângelo a nossa acolhida e o nosso pedido de bênção para que todos juntos continuemos nesta missão que garante a dignidade dos que fazem esta casa, e que torna possível a realização do Projeto de Deus, permitindo-nos trabalhar para o bem comum.
Em 2009 um ano marcado pelas indefinições e inconstâncias de verbas e financiamentos, chega para substituir o então diretor administrativo, Rafael Porto Cabral, que assumiu um cargo de direção no hospital Curad’ars, o atual diretor administrativo José Luís Rocha da Mota, que iniciou seus trabalhos no dia 13 de outubro de 2009.
José Luís Rocha da Mota
O HMJMJ apresentou no ano de 2009, um percentual superior a noventa e cinco por cento (95%) do total de seus atendimentos aos usuários do SUS, com uma média de 160 pacientes-dia envolvendo as áreas de Urgência/Emergência, Obstetrícia, Clínica Cirúrgica, Pediatria, UTI Neonatal, Laboratório e Setor de Imagens.
Apesar dos grandes desafios, o atual administrador criou um Núcleo Gestor Administrativo, reestruturou os serviços e setores sempre sob a coordenação de D. Ângelo. Em Julho de 2010, o HMJMJ e a atual direção foram agraciados com o Prêmio Qualidade Pan Americano 2010. Premiação recebida em São Paulo.
Rosiley Lopes Saraiva
Em Maio de 2014, assume a administração do HMJMJ, Rosiley Lopes Saraiva, permanecendo no cargo até hoje.
Para finalizar gostaríamos de citar três frases:
“A covardia sempre foi o esconderijo dos incapazes, mentirosos e fracos que tremem diante da verdade e da altivez”. (Padre Luis Braga Rocha).
“O Hospital Maternidade Jesus Maria José é um hospital diferente e esta diferença está em Jesus, o homem das dores que entra no hospital através de cada doente, de cada mãe, de cada criança, de cada neonato muitas vezes sem esperança, é Jesus representado na face dos que sofrem”. (D. Adélio Tomazin).
“Todo empenho humano de nossa parte e da parte das pessoas que colaboram com o Hospital são insuficientes, e impossíveis sem a graça da força de Deus”. (D. Ângelo Pignoli).